Às vezes sinto que morrer é um ser não sendo
Penso que morrer é um desfazer fazendo
Talvez seja uma gargalhada num momento sério
Há quem diga que a morte é um momento
Mas penso que é o centro entre hemisférios
Talvez morrer seja parar no tempo
Talvez seja o começo do se tornar
Talvez a fonte do desatento, ou o sino repicando e clamando o despertar.
O partir transborda e desabrocha lágrimas sofridas em vão
No fim das contas todo mundo se encontrar e acaba a solidão
Talvez, talvez eu regresse, mas choro.
Sim, choro por escrever estas mal traçadas linhas tolas tentando achar definição para o transcender de mim, em mim e para mim.
No fundo, algo me diz que é questão de tempo passar
Devo crer que sim. Eu choro.
Já cheguei a pensar que morrer era um alívio imediato; que chegado o dia, era por fim, o dia do alívio.
Realmente não sei se tenho medo.
Sinceramente espero vê-los, no fim, cedo, nos momentos em que nos encontramos tão felizes (como agora), que até nos esquecemos que vamos morrer.
Lembrem-se, crianças: o dia vai, mas volta; e eu sou como ele,
pois a noite é só um momento de descanso, e esta é como a morte - um momento de descanso.
Morri um bocado enquanto vivo; mas a morte mesmo é só um virar pro canto, cobrir-se, dormir.
Dormir cansado é bom demais! Sono gostoso.
Então morrer é dormir profundo.
Desativar.
Morrer é fenecer.
10/05/2012
Atrito Estridente
Sempre me faz ranger os dentes
segunda-feira, 23 de julho de 2012
sábado, 21 de julho de 2012
Olho Sem Par
Eu olhei e nada vi
Dentro e fora revirei
Um caminho percorri
Eu confesso, nada achei.
Tentam tanto ser alguém
Que por dentro não se é
E sozinho esse alguém
É um tal de zé mané.
Abraça forte esse rapaz
Que sem você não é capaz
De ser alguém que ele quer
Mas, afinal quem ele é?
A brisa leve assim se faz
E leva dele um pouco mais
Que mais que ele, é você
Pra ele basta acontecer.
Estando só lhe bate um frio
Ele se enconde da verdade
Sabendo então que é vazio
Vê vinte olhos sem seus pares.
Pra ele se encontrar no tempo
Tem de deixar acontecer
Deixar-se entrelaçar com vento
E ver a vida então correr.
Dentro e fora revirei
Um caminho percorri
Eu confesso, nada achei.
Tentam tanto ser alguém
Que por dentro não se é
E sozinho esse alguém
É um tal de zé mané.
Abraça forte esse rapaz
Que sem você não é capaz
De ser alguém que ele quer
Mas, afinal quem ele é?
A brisa leve assim se faz
E leva dele um pouco mais
Que mais que ele, é você
Pra ele basta acontecer.
Estando só lhe bate um frio
Ele se enconde da verdade
Sabendo então que é vazio
Vê vinte olhos sem seus pares.
Pra ele se encontrar no tempo
Tem de deixar acontecer
Deixar-se entrelaçar com vento
E ver a vida então correr.
Ponto de Vista
E o nego fala
pra branco
Tudo o que falta
pro nego
E nego pensa um
tanto
Em todo seu
desespero.
E branco fala
pra nego
Que ele é safado
e canalha
Que todo nego é
igual
Deu confiança,
se espalha.
E nego pensa na
vida
Toma mais uma
cerveja
E ela sara a
ferida
Mesmo que
ardendo ainda esteja
E branco saca no
banco
Mais um dinheiro
na conta
Que um tal nego
pagou
Mesmo sem ter,
por vergonha.
E nego chega em
casa
Vê a criança
chorando
Ela aos prantos
diz:
Pai, estômago ta
roncando.
E já na manhã
seguinte
Notícia ta no
jornal
Morre assaltado
um branco
Por um nego
marginal.
No Alto dos Prédios
Eu ando pelas
ruas em busca da verdade
Percorro um
caminho em busca da felicidade
A cada dia me
decepciono com a cidade
E ao ver tanta
gente que passa necessidade.
Eu ando pelas
ruas em busca do caminho iluminado
E às vezes eu
não sei se falo, ou se me calo
A cada dia tem
menos gente aos meus lados
E acabo sempre
me pegando de braços atados
E vejo mesmo
antes de tentar todos os meus sonhos frustrados.
Eu ando pelas
ruas e nunca acho nada
Eu já tentei de
dia e até de madrugada
Minha mente
sempre acaba magoada
E de tanto andar
minhas pernas acabam cansadas.
E isso me deixa
muito chateado
Não sei bem o
que procuro
Só sei que não
acho.
Eu ando pelas
ruas em busca da felicidade
Mas não sei se
estou pronto pra realidade
Eu ando sempre
em busca do caminho iluminado
E acabo sempre
me pegando de braços atados.
Eu ando pelas
ruas e nunca acho nada
E de tanto andar
minhas pernas acabam cansadas
E no alto dos
prédios eu vejo tantas antenas
Mas o que eu
quero mesmo é a verdade suprema.
Não quero mais
saber de armações, esquemas
O que eu quero
mesmo é a verdade suprema.
Ela
Ela abriu os
olhos
Ela pensou um
pouco
Ela já dormiu
Ela acordou de
novo
Ela está tão
tristonha
Ela está com
fome
Ela está com
medo
Medo daquele
homem.
Ela está com
frio
Ela está molhada
Ela está
resfriada
Ela está
machucada
Ela tentou falar
Mas acabou
espantada
Pois ela já
percebeu
Ela está
amordaçada.
Ela está tão
carente
Ela está
pensativa
Ela está tão
doente
Está sem
alternativa
Ela tentou se
mexer
Mas acabou
espantada
Pois ela já
percebeu
Ela está toda
amarrada.
Ela sentiu a
presença
Sentiu a
respiração
Ela sentiu sua
crença
Ela sentiu sua
mão
Que percorria
seu corpo
Sem sua
autorização
Ela tentou se
fechar
Mas acabou
espantada
Pois ela já
percebeu
Ela está
arreganhada.
Ela tentou se
fechar
Ela tentou se
matar
Ela tentou
chorar
Ela tentou se
acanhar
E ele acariciava
E ela até se
fechava
E a mão dele
procurava
Tudo o que ela
guardava
Ela tentou
sacudir
Mas acabou
espantada
Pois ela já
percebeu
Ela está
ensangüentada.
Ela entrou em
desespero
Com essa
situação
Ela viu os seus
olhos
Sentiu o seu
coração
Controlou a sua
mente
Estava dizendo
que não
Ela não sentiu
mais nada
E acabou
espantada
E ela nem percebeu
Ela foi
assassinada.
E o Seu Olha Dizia
A felicidade
anda distante e toda a verdade como era antes
Uma vez eu te
disse que o amor não existe
Não se vê, não
se sente. Pra você como gente
É abstrato e é
inútil, é errado e é tão fútil
Se desdobra se
não viu, na escola de uma forma vil.
Penso no perigo
de não sentir remorso
E de estar vivo
neste tempo tão remoto.
A fumaça do
cigarro e essa brasa vai no embalo
Sinto o cheiro,
sinto o calor, só não sinto o tal do amor
E não vem nunca
mais. Só não tem: como a paz.
Talvez em nossos
corações haja sentimentos
De todas as
razões ao centro o sofrimento.
Leviandade
sempre - Honestidade jamais
O passo do
vidente guiando para trás.
Fique muito
atento
Estão lhe
observando
Eu não sinto o
vento
Se desintegram
anjos.
Sentimentalista,
sempre anormal
Bem na nossa
vista com um gosto de sal
Eu preciso regar
minhas plantas
Que morreram num
olhar de vingança
Loucura de
frasco, realidade morta
Todos os meus
sapatos estão atrás da porta.
É tudo cinza. É
tudo roxo.
Essa esquina é
meu tesouro.
Eu sei, é assim.
Cheguei - olha
pra mim.
Atrás da Porta
Agora você vai
ouvir
Pois é
necessário entender
Dá tempo de se
redimir
Não querer
ninguém a mercê
Tudo isso que
digo aqui
Parece ser meio
clichê
Talvez quando
ele sumir
Aí você queira o
ter
E aí vai ser
tarde demais
Tudo isso vai
virar um nó
Você não vai
ficar em paz
Pois vai se
sentir meio só
O ninho vai
esvaziar
A vida vai ser
solidão
Aí você vai se
lembrar
Que foi tudo
isso em vão.
Eu não vou mais
lhe amolar
Mas pense um pouco,
irmão
Pra depois não
se questionar
Se ainda existe
perdão
Eu só quero te
alertar
Você vai se
arrepender
Às vezes
dinheiro demais
Só faz a pessoa
sofrer
Mas o sofrimento
maior
Está por vir na
rejeição
Um dia ele vai
te negar
Um abraço e um
aperto de mão.
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